Com a inflação e a taxa de juros em alta, vale a pena manter seu dinheiro na poupança?
Esse artigo foi criado com intuito de esclarecer o cenário em que vivemos hoje, onde muitos investidores acabam desistindo do mercado financeiro por medo de perder dinheiro, sendo que na realidade o fato de permanecerem com o dinheiro na poupança também é uma forma de perder poder de compra por conta da inflação.
Nos últimos anos a inflação vem sendo um dos agregados macroeconômicos de grande influência tanto no mercado financeiro, quanto no dia a dia das famílias brasileiras. O aumento do índice interfere diretamente na perda do poder aquisitivo da moeda, fazendo com que o dinheiro em mãos – ou guardado em poupança – acabe perdendo seu poder de compra.
No ano de 2020 a poupança bateu seu recorde de captação, atingindo o marco de R$ 166,3 bilhões no período e um resultado total de captação, aportes menos resgates, no valor de R$ 20,6 bilhões positivo.
Por se tratar de um ano repleto de incertezas e imprevisibilidades, a grande liquidez da poupança fez com que alguns investidores preferissem manter seus recursos alocados nas agências bancárias, tendo a flexibilidade da liquidez e podendo resgatar os valores a qualquer momento, além das vantagens fiscais quanto a isenção do imposto de renda.
No entanto, em 2021, o cenário econômico voltou a ter mudanças históricas, dessa vez tendo como principal evento macroeconômico a inflação.
O Brasil já não está no mesmo cenário de 2020, apesar de ainda precisar lidar com as consequências do COVID-19, é necessário que o dinheiro dos investidores seja protegido da inflação, o que inviabiliza manter o capital alocado na poupança.
Como funciona a inflação?
Apurada pelo IBGE e divulgada mensalmente, o IPCA é o índice responsável por quantificar a inflação no Brasil. A divulgação do índice no mês de agosto foi marcada pelo aumento de 0,86%, totalizando ao acumulado de 9,68% nos últimos 12 meses.
O aumento generalizado dos preços de bens e serviços essenciais, como gás, gasolina e energia, acabam interferindo diretamente no aumento inflacionário, impactando os demais agregados macroeconômicos de forma sistemática, como PIB, desemprego, taxa de juros, entre outros, refletindo na economia como um todo.
É dito que o dinheiro perde poder de compra quando se encontra em poupança devido ao investimento não acompanhar o aumento da inflação, impactando diretamente no poder aquisitivo dos bens e serviços.
Como o dinheiro em poupança perde o poder de compra?
As formas do investidor ser rentabilizado pela poupança foram atualizadas, com base na legislação atual agora existem duas maneiras de serem pagos, dependendo principalmente da taxa de juros básica (Selic) no período vigente.
Anteriormente a poupança possuía uma remuneração fixa de 6% ao ano desde a sua criação em meados do século XIX, por esse motivo muitos investidores ainda acreditam no rendimento de 0,5% ao mês + a variação da taxa referencial – TR, retratando-se a uma informação desatualizada.
No cenário atual, caso a Selic, taxa básica da economia brasileira, esteja acima de 8,5% ao ano, o investidor terá o rendimento do regime anterior, ou seja, 0,5% ao mês + a variação da taxa referencial.
No entanto, caso a Selic decaia, alcançando números iguais ou inferiores a 8,5% ao ano, o rendimento da poupança deve necessariamente equivale a 70% da Selic + a variação da taxa referencial, tornando o investimento em poupança menos atrativo para o investidor.
Agora no mês de setembro de 2021 a taxa Selic está em 6,25%, ou seja, como a taxa de juros segue abaixo de 8,5% ao ano, o investidor segue com a rentabilidade da poupança em 70% da taxa Selic.
Existem outros investimentos tão seguros quanto a poupança!
Quando questionado por que investe na poupança, boa parte do público alega ser devido a segurança e praticidade para sacar seu dinheiro em caso de necessidade, isto é, alta liquidez. Contudo, algumas dessas pessoas não conhecem sobre outros investimentos tão seguros quanto a poupança, que podem ter condições de liquidez similares ao investimento e rentabilidade mais atrativa.
A poupança possui a segurança do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), responsável por assegurar o capital do investidor em até R$ 250 mil por instituição, tendo responsabilidade financeira de no máximo R$ 1 milhão por pessoa física e pessoa jurídica.
Porém, a maioria dos investidores desconhecem aplicações tão seguras quanto a poupança, com as mesmas garantias do FGC e proteção contra elevação de alguns fatores macroeconômicos, como por exemplo o CDB (Certificado Depósito Bancário), LCA (Letra de Crédito Agrícola) ou LCI (Letra de crédito Imobiliário) indexados à inflação, ou seja, títulos em que o benchmark (referência) a ser acompanhado, tendo como parâmetro a oscilação da inflação, possuindo correlação direta com o índice mencionado.
Agora que você já entendeu as características da poupança que é um produto que não te protege da inflação, vamos abordar mais sobre os produtos que tem garantias como o da poupança e ainda vão proteger seu dinheiro da inflação.
O que são ativos de Emissão Bancária?
Você, investidor, já pensou em emprestar aquele dinheiro que está embaixo do colchão para um grande banco e ter um rendimento em troca disso? Uma opção de investimento com as mesmas qualidades da poupança, como alta liquidez, rendimentos e privilégios fiscais no imposto de renda? Abaixo estão algumas opções que podem levar em consideração nos seus estudos!
CDB – Certificado de Depósito Bancário.
O Certificado de Depósito Bancário, popularmente conhecido como CDB, é uma ferramenta utilizada pelos bancos para captação de recursos através dos investidores, em troca de um rendimento que pode ser pré-determinado ou não.
Os CDBs são divididos em 3 segmentos, são eles: O pré-fixado, onde o investidor sabe exatamente qual percentual vai receber no final do prazo pré-estabelecido; o pós fixado, que acompanha o aumento ou queda da taxa de juros (Selic) e, por último, o CDB híbrido entre inflação e pré fixado, um papel que tem como principal destaque a forma com que acompanha o aumento ou queda da inflação.
Vale ressaltar que os papéis híbridos são de extrema importância não apenas pensando em uma melhor diversificação da carteira do investidor, como também levando em consideração que o ativo acompanha o aumento da inflação, contrário a poupança.
LCI – Letra de Crédito do Imobiliário.
Assim como os CDBs, as LCIs ou Letras de Crédito Imobiliário também são títulos bancários emitidos como uma ferramenta de captação utilizadas pelos bancos, todavia, muitos investidores acabam tendo dificuldade em diferenciá-los dos CDBs.
Diferentemente dos CDBs, as LCIs são ativos que permitem a flexibilidade fiscal, através da isenção total do imposto de renda para pessoa física. As Letras de Crédito Imobiliário também são ramificadas entre pré-fixadas; pós-fixadas e híbridos de pré-fixado + inflação, que nada mais é do que um ativo que rende ao ano um percentual estipulado no momento da adesão, acrescido a inflação do período
LCA – Letras de crédito do agronegócio
Quanto às Letras de Crédito do Agronegócio, ou simplesmente LCAs, são aplicações que seguem parâmetros similares aos das LCIs, ou seja, papéis com emissão bancária, isenção de imposto de renda e as mesmas subdivisões (pré, pós e híbridos).
A principal diferença está atrelada ao destino dos valores captados, isto é, as LCIs estão realizando captação de recursos do investidor para financiar o ramo imobiliário, assim como as LCAs realizam tais captações para o agronegócio.
Emissão Pública! Como funciona?
No entanto, se mesmo assim, você investidor que está dando os primeiros passos no mundo dos investimentos hoje, preferir não optar por um papel de emissão bancária, não precisa deixar seu dinheiro perder o poder de compra na poupança!
Existem opções de realizar aplicações em Títulos Públicos Federais, que nada mais são do que papeis de emissão pública, ou seja, emprestará seu dinheiro para o Tesouro Nacional do Brasil e realizará uma das aplicações que podem ser caracterizadas como as mais seguras do mercado financeiro.
Certo, mas como saber qual tipo de aplicação devo realizar no Tesouro?
A aplicação vai depender dos objetivos e pretensão do investidor, como por exemplo: Um investidor que deseja proteger seu capital da inflação e não gostaria de receber cupom semestral, deve optar por um Tesouro IPCA+, por outro lado, caso tenha intuito de receber cupom semestral e proteger seu patrimônio da inflação, basta realizar a alocação em um Tesouro IPCA+ com juros semestrais.
Além de proteger o dinheiro da inflação com o Tesouro IPCA+, o investidor pode optar por papéis como Tesouro Prefixado, títulos públicos com pagamento do valor aplicado, acrescido a um percentual de juros pré-fixado em uma determinada data; o Tesouro Prefixado com juros semestrais é um papel com características similares ao Tesouro Prefixado, porém, parte dos rendimentos são pagos semestralmente e não no final do período.
E por fim, também é possível proteger o capital do aumento da taxa de juros através do Tesouro Selic, um ativo em que o investidor resgata após determinado prazo o valor aplicado acrescido dos juros, que acompanha o aumento ou queda da taxa de juros básica do Brasil, a Selic.
Por onde começar?
Aqui na Braúna contamos com mais de 100 assessores prontos para te auxiliar a proteger o seu dinheiro e realizar os seus sonhos.
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Autor: Marcelo Prado