Ir ao supermercado há dez anos com R$100 no bolso, era sinônimo de carrinho cheio, não é mesmo? Contudo, a situação é diferente quando você vai às compras com o mesmo dinheiro nos dias atuais. Isso significa que com esse valor, hoje, você provavelmente leva para casa poucos produtos. Mas você sabe por que isso acontece?
O motivo disso é que nos últimos tempos perdemos o nosso poder de compra. Ou seja, a Inflação impacta cada vez mais no nosso dia a dia. Você sabe o que isso significa? É o que abordaremos nos próximos tópicos. Continue a leitura e entenda porque existe a Inflação e porque perdemos o poder de compra com o tempo.
Afinal, o que é Inflação?
A Inflação é o aumento dos preços de bens e serviços, que implica na diminuição do poder de compra da moeda. Além disso, ela é medida pelos índices de preços, como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), por exemplo, que é usado no sistema de metas para a Inflação no Brasil.
Porém, uma das causas da inflação, é o crescimento da quantidade de moeda que circula em uma economia.
Sendo assim, esse aumento da quantidade de dinheiro na economia gera uma alteração nos aspectos oferta versus demanda, favorecendo o lado da demanda. Dessa forma, passam a existir mais compradores que vendedores para os produtos, colaborando para o aumento dos preços.
Assim, quando os preços aumentam, a mesma quantidade de dinheiro é capaz de comprar menos produtos, contribuindo para o empobrecimento da população.
Entenda, a seguir, como a Inflação afeta as nossas vidas de uma maneira mais prática.
Como a Inflação afeta as nossas vidas, na prática?
Pensando no poder de compra do seu dinheiro e o que ele representa no seu dia a dia, imagine a seguinte situação:
Em 1994, por exemplo, um pão custava menos de R$ 0,10 e um carro popular 0 Km custava cerca de R$ 10.000. Já a gasolina custava menos de R$ 0,50 o litro.
E se pensarmos hoje nestes preços, eles mudaram (e muito),e consequentemente, mudaram o poder de compra das pessoas. Então, que carro é possível comprar com os mesmos R$10.000? Ou quantos pães podemos comprar com R$0,10? E quanto de gasolina se compra com R$0,50?
Logo, a Inflação trata-se dessa perda de poder de compra da sua moeda. Então, se ela muda conforme o comportamento do cenário, não só financeiro como político de um país, causando um certo desconforto para o consumidor no aumento de preços, porque a Inflação existe. Confira a seguir.
Por que existe Inflação?
Para entender melhor a existência da Inflação no nosso cotidiano, é preciso compreender as causas dela. Aliás, ela tem como fator principal a elevação de preços para os consumidores.
Contudo, reúne um conjunto de condições econômicas, políticas e sociais que explicam a sua ocorrência.Veja os três fatores principais:
- Inflação Monetária: Trata-se da emissão de dinheiro sem o controle do governo. Este é o verdadeiro conceito de Inflação.
- Inflação de Demanda: É a demanda por produtos (aumento do consumo) maior do que a capacidade de produção do país. Essa Inflação é normalmente causada pela Inflação monetária.
- Inflação de Custos: é um aumento nos custos produtivos ou custos de produção (máquinas, matéria-prima, mão-de-obra) dos produtos. Também é causada pela primeira Inflação.
Toda causa tem uma consequência, e com a Inflação não é diferente. Aliás, esse processo gera incertezas na economia, impactando o investimento e prejudicando o crescimento econômico.
Consequentemente também, os preços relativos podem ser distorcidos, gerando ineficiências na economia. O que traz perda de noção desses preços por parte das pessoas e empresas, dificultando a avaliação se algo está barato ou caro.
Sendo assim, é importante destacar que a Inflação afeta principalmente as camadas menos favorecidas da população, uma vez que essas têm menos acesso a instrumentos financeiros para se desvencilhar da alta dos preços.
Outra consequência da Inflação é o aumento do custo da dívida pública, pois as taxas de juros da dívida pública buscam compensar não só o efeito da mesma, mas também incluir um prêmio de risco a fim de diminuir as incertezas associadas a esse processo econômico.
Agora que entendemos a existência da Inflação e as consequências que gera num determinado país, vamos apresentar os motivos pelos quais perdemos o nosso poder de compra diante dos cenários apresentados acima.
Por que perdemos o nosso poder de compra?
O poder de compra de uma população está diretamente ligado à Inflação de onde ela mora. Com isso, fica a critério do Banco Central estipular metas para Inflação e as políticas monetárias do Brasil.
Você já deve ter percebido nos noticiários as expressões “Inflação acumulada” ou “meta de Inflação”. Pois é ela quem dita o poder aquisitivo de qualquer nação.
Desse modo, diversos motivos podem explicar o aumento de preços. Sendo assim, para alguns produtos é a desvalorização do real diante de outra moeda estrangeira.
Na prática, podemos pensar que quando o valor do dólar sobe comparado ao real, todos os produtos que são importados em dólar automaticamente ficam mais caros, diminuindo o poder de compra do consumidor.
Outra situação que ilustra isso é o acumulado de 2022 até julho quanto ao combustível, que já subiu mais de 27%. Além disso, há o aumento dos preços da conta de luz e dos alimentos e sentimos facilmente o salto dos valores ao irmos a um restaurante, à feira ou ao supermercado.
Porém, há dois grandes motivos pelos quais perdemos o poder de compra nos últimos tempos. O principal, sem dúvidas, é a pandemia, seguida da guerra na Ucrânia.
Assim como, a crise hídrica e fenômenos climáticos ocorridos em 2021, que proporcionaram períodos de secas e cheias, afetando a produção de alimentos e energia elétrica. Isso ocasionou a diminuição da oferta de produtos no mercado.
Existem muitos fatores que afetam o nosso poder de compra e precisamos sempre estar atentos a eles. Por isso, se proteger é fundamental, principalmente, com relação aos investimentos. É o que veremos no próximo tópico.
E agora, como proteger seu poder de compras com o mercado de capitais?
Diante desta realidade, os consumidores precisam criar estratégias para driblar a perda do seu poder de compra e assim, conseguirem recuperar uma parte dele, se possível. Para quem investe, o caminho começa com educação financeira.
Portanto, para se proteger desse efeito, é possível buscar alternativas do mercado financeiro. Isso significa que você pode considerar as aplicações financeiras que estão atreladas à inflação, por exemplo.
Trata-se dos investimentos de Renda Fixa com um rendimento híbrido. O que na prática, o retorno funciona por meio de uma taxa fixa mais a variação do IPCA. Ou seja, caso os Títulos sejam levados até o vencimento, é oferecido um retorno acima da Inflação.
Além disso, há dois Títulos que podem ser uma opção para você diversificar sua carteira. Conheça quais são:
CRA
A primeira aplicação com investimento acima da Inflação é o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), um investimento de Renda Fixa que faz parte do crédito privado.
O Título é emitido por instituições securitizadoras com base em direitos creditórios.Sendo assim, uma empresa do agronegócio antecipa seus recebíveis diante da cessão desses direitos e obtém o valor das contas a receber à vista, com um deságio.
E como funciona? A securitizadora transforma os direitos creditórios em ativos negociáveis no mercado, nos quais são os títulos, como o CRA. Assim, os investidores podem oferecer recursos em troca da rentabilidade acordada.
Neste caso, para se proteger da Inflação alta, é preciso que o rendimento esteja atrelado à variação do IPCA mais uma taxa fixa. Porém, esse tipo de investimento costuma ter uma liquidez menor,em sua maioria, com resgate somente no vencimento.
Debêntures
Outra opção para se proteger da Inflação e aumentar o seu poder de compra é investindo nas Debêntures, que são Títulos de dívida emitidos por sociedades anônimas não financeiras, podendo ser públicas ou privadas. No caso desse investimento, geralmente, costumam ser de médio ou longo prazo.
No entanto, há diferentes tipos de Debêntures. Um exemplo são as incentivadas, emitidas por instituições relacionadas ao setor de infraestrutura. Sendo assim, elas podem oferecer benefícios fiscais e isenção de Imposto de Renda.
No caso das Debêntures, elas costumam ser de longo prazo e com baixa liquidez. Porém, se você deseja resgatar uma Debênture de forma antecipada,é possível vendê-la no mercado secundário, assim como o CRA.
Quer conhecer mais sobre as alternativas de investimento disponíveis no mercado, em tempos de Inflação alta? Entre em com os assessores da Braúna e conte conosco.